Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação

Rino Levi, história e utopia – destruição, permanência, renovação

O arquiteto Rino Levi foi protagonista no processo de modernização e verticalização da cidade de São Paulo. Entre o início de carreira em 1926 e sua morte em 1965, contribuiu para que a construção de programas contemporâneos – edifício de apartamentos e de escritórios, cinema, teatro, escola, banco, indústria, comércio e infraestrutura – ocorresse sob premissas modernas.

Em seus vários módulos, a exposição apresenta a vida das obras, da concepção até a atualidade. Diversas edificações do arquiteto ainda marcam a paisagem paulistana: as sedes do Banco Sul-Americano, do Banco Paulista do Comércio, do Instituto de Arquitetos do Brasil, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Cia. Seguradora Brasileira e do Instituto Sedes Sapientiae. E obras restauradas – teatro Cultura Artística (edifício, por Paulo Bruna; painel de Di Cavalcanti, por Isabel Ruas), edifício Prudência (térreo e jardim, por Guilherme e André Paoliello) e Casa Castor Delgado Perez (convertida na Luciana Brito Galeria pelo Piratininga Arquitetos Associados).

Mas as transformações históricas e o baixo apreço da sociedade pela preservação têm seu custo: os cinemas Art-Palácio, Ipiranga, Piratininga e Universo, em ruínas; a Galeria R. Monteiro, o edifício Plavinil Elclor e o Laboratório Paulista de Biologia, descaracterizados; a Cia. Jardim de Cafés Finos, os edifícios Columbus e Nicolau Schiesser, desaparecidos.

Projetos não construídos – viaduto do Chá, Centro Social da Universidade de São Paulo (USP) e plano-piloto de Brasília – são evocados em uma pauta poética, com seus territórios articulados por um sistema hídrico imaginário de rios e lago, estratégia para apresentar a contribuição conceitual e plástica de Rino Levi para o movimento moderno brasileiro.

Outro traço marcante do arquiteto, a articulação entre arte e ciência aplicada, é entendido via dupla chave de leitura: a síntese das artes, o habitat moderno como soma de arquitetura, design, artes aplicadas, paisagismo e urbanismo; e a sincronia obra-modernidade, com novos métodos, técnicas e elementos industrializados.

Curadoria de Renato Anelli e Abilio Guerra