Por Leila Kiyomura
Publicado no portal Jornal da USP
Disponível em: http://bit.ly/2J9e5t0
A artista discute estéticas do esquecimento e a perda da memória do espaço público
Giselle Beiguelman inaugura no próximo sábado, dia 4, duas novas instalações: Monumento Nenhum, no Beco do Pinto, e Chacina da Luz, no Solar da Marquesa de Santos. Com essas obras compostas de fragmentos de monumentos, a artista discute a perda da memória do espaço público e a relação da cidade com o seu patrimônio histórico e cultural.
Em sua coluna Ouvir Imagens (clique no player acima), a artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo conta os detalhes da montagem. “As instalações reproduzem a situação das peças tal qual foram encontradas em depósitos de monumentos do Departamento do Patrimônio Histórico da Prefeitura Municipal de São Paulo, como uma espécie de ready made do esquecimento”, observa.
Em Monumento Nenhum, a professora refaz as pilhas de bases, pedestais e uma coluna de granito partido. “As peças pesam, cada uma delas, quase duas toneladas e são muito perturbadoras”, descreve. A odisseia da montagem exigiu guindastes e equipe de segurança. “Esses enigmáticos totens com alguns poucos, ou nenhum vestígio sobre seu passado, desafiam-nos a perguntar: De onde vieram? Por que foram desmontados? E, o mais importante: o que sustentavam do ponto de vista material e simbólico antes de se converter nessas pilhas de bases?”.
Na instalação Chacina da Luz, a professora lembra o conjunto de oito esculturas que se encontravam no lago Cruz de Malta, localizado no interior do Jardim da Luz, perto do coreto. “Implantadas, em sua maioria, no século 19, foram derrubadas e fragmentadas em junho de 2016, em uma ação de depredação. As obras foram recolhidas e armazenadas na Casa do Administrador do parque. A instalação apresentada no Solar da Marquesa de Santos recupera a cena dantesca pós-crime.”
Mais informações sobre as instalações Monumento Nenhum e Chacina da Luz, acesse: www. desvirtual.com